
Ricardo F. Ramos – Gazeta do Pari
Com a valorização do metro quadrado, a chegada do metrô e da Arena Portuguesa, o que moradores esperam são investimentos em segurança, ordem e requalificação urbana. Mas alguns conselheiros querem mais acolhimento para carroceiros e moradores de rua. Será essa a prioridade?
O bairro do Pari está mudando.
O metro quadrado está entre os que mais se valorizam na região central de São Paulo, com a chegada da nova estação do metrô, a construção da Arena Portuguesa e o avanço de projetos de requalificação urbana no entorno. A cidade caminha para o futuro. Mas, curiosamente, no Conselho Participativo Municipal (CPM), algumas propostas parecem presas ao passado — ou, no mínimo, desconectadas do presente do bairro.
Entre as ideias recentemente apresentadas por conselheiros e instituições sociais, estão:
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A criação de espaços de capacitação para moradores de rua e carroceiros em equipamentos públicos da região;
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A proposta de que o Pari receba novos projetos de acolhimento, com o argumento de promover “ressocialização e dignidade”.
As intenções, à primeira vista, podem parecer positivas.
Mas vale perguntar:
O Pari está em condições de receber mais esse tipo de estrutura?
É isso que o morador do bairro realmente espera como prioridade?
Atualmente, o Pari já sofre com:
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A presença de ferros-velhos irregulares e entulho em ruas e calçadas;
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A concentração de moradores de rua em situação de abandono;
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O crescimento do tráfico, consumo de drogas e insegurança noturna.
Diante desse cenário, projetos como os apresentados por conselheiro Irmã Miriam, vinculada ao Instituto Surep e ao Projeto Amancio, em parceria com um pré-candidato a vereador de outro bairro, geram questionamentos legítimos por parte da comunidade:
Trazer mais carroceiros para a região?
Criar mais pontos de assistência no bairro sem estrutura urbana adequada?
Não seria isso reforçar o problema em vez de resolvê-lo?
Essas propostas foram apresentadas no CPM sob o argumento de “empreendedorismo” e “inclusão”, mas nenhuma delas passou por escuta pública com os moradores diretamente impactados, nem foram acompanhadas de estudos de impacto urbano.
É importante lembrar: o assistencialismo sem plano territorial pode gerar mais degradação do que dignidade.
REFLEXÃO FINAL – GAZETA DO PARI
O bairro do Pari está pronto para crescer, se organizar, gerar valor.
Mas alguns conselheiros — talvez bem-intencionados, talvez desinformados — estão propondo caminhos que, na prática, podem levar o bairro ao retrocesso.
A Gazeta do Pari acredita que é dever do Conselho Participativo ouvir a população, prestar contas de suas ideias e propor ações que estejam de fato alinhadas com o que o bairro precisa:
ordem, segurança, limpeza e valorização.
Nota Legal e de Transparência Editorial
Os nomes mencionados nesta matéria referem-se a agentes públicos, conselheiros e entidades que atuam ou apresentaram propostas dentro do Conselho Participativo Municipal da Subprefeitura Mooca. Todas as informações foram obtidas com base em registros públicos, falas documentadas e projetos apresentados em espaços institucionais de acesso aberto.
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