
por Ricardo F. Ramos – Gazeta do Pari
Casas transformadas ilegalmente em fábricas de roupas geram lixo têxtil, sobrecarga elétrica, risco de incêndio e sonegação fiscal no bairro do Pari.
A rotina do bairro do Pari e seu entorno, como o Brás, está sendo comprometida por um problema silencioso e cada vez mais grave: o uso criminoso de residências como confecções clandestinas. Essas operações ilegais transformam casas comuns em verdadeiras fábricas têxteis, sem qualquer estrutura elétrica, sanitária ou ambiental — o que resulta em sobrecarga na rede de energia, risco de incêndios e descarte irregular de lixo industrial nas ruas.
Esses resíduos, compostos por retalhos, plásticos, linhas e restos de produção, acabam entupindo bueiros e agravando os alagamentos frequentes. E o impacto está sendo cada vez mais visível. Nesta semana, uma matéria do G1 expôs o flagrante de um motorista de um Jeep avaliado em R$ 200 mil jogando lixo no Brás. O homem foi multado em R$ 2 mil após ser registrado por câmeras de monitoramento descarregando sacos de entulho na rua.
📎 Leia a matéria completa no G1
Esse tipo de comportamento criminoso reflete o caos urbano que se forma quando confecções clandestinas operam sem fiscalização. Segundo estimativas técnicas, enquanto uma residência comum consome cerca de 230 kWh/mês, uma casa usada como fábrica clandestina pode ultrapassar 800 kWh, utilizando equipamentos como máquinas de costura industriais, motores de corte, compressores e ferros industriais em instalações elétricas que não foram projetadas para essa carga.
Além do impacto urbano e ambiental, existe o prejuízo direto à economia da cidade: essas confecções não possuem CNPJ, não emitem nota fiscal e não recolhem impostos, configurando sonegação fiscal e concorrência desleal com comércios legalizados.
Outro ponto grave é o uso de mão de obra informal e, em muitos casos, análoga à escravidão, com trabalhadores atuando em condições precárias, sem direitos ou garantias. Denuncie aqui
A Gazeta do Pari reforça: o uso de residências para atividades industriais sem licença é crime. Fere o zoneamento urbano, compromete a segurança da vizinhança, destrói a infraestrutura da cidade e prejudica o comércio legal. É necessário que a população denuncie, que o poder público fiscalize, e que a cidade de São Paulo enfrente esse problema com urgência.